.greve judiciário paulista - isso é necessário?



   
Ontem 09/06 por volta das 17:00, estava eu na frente do Foro João Mendes, e tive a tristeza de assistir os manifestantes da greve ingressarem e tomarem o saguão do Foro.

Acompanhando o desenrolar das coisas, assisto com grande pesar o rumo que a greve está tomando.

Arbitrariedades pelo Presidente do Tribunal - Sr. Presidente, não é negando a entrada de comida e bebida aos manifestantes instalados no saguão do foro que se resolverá a greve.

Dialogo é a única saída.

E dialogo e greve não se coadunam. Ou existe uma ou existe a outra.

Bom senso para os dois lados, é apenas o que pedimos, não apenas como advogados e usuários do Poder Judiciário, mas como cidadãos que nos sentimos impotentes face ao que estamos assistindo.

O Poder Judiciário existe como serviço essencial, assim, como podemos depender dele, se falta bom senso para quem detém o Poder?

Reflexões de quem possui a caneta, são sempre necessárias.

Se a greve chegou onde chegou, foi por inaptidão de quem a detém.

A Constituição existe e o Poder Judiciário deve ser o primeiro a preservá-la. Logo questiono, onde está a regulamentação de cargos e salários assegurados pela carta magna?

Pois bem, deixo-os com um texto que reflete um pouco do ocorrido. Na medida em que eu tiver mais noticias vou postando para que possamos acompanhar juntos o desenrolar desta greve, que quiçá não atinja os patamares da de 2004.

Apenas uma ressalva.


Presidente D'URSO, os servidores e advogados necessitam da atuação da OAB/SP. CHEGOU A HORA DE TOMAR PARTIDO.

Presidente Viana - diálogo é sempre bem vindo


E por favor, suspendam os prazos, nós advogados temos a necessidade de cumpri-los e quando não podemos ter acesso aos autos, isso fica difícil.





Autor: ANA CAROLINA RIOS / - visualizado : 561 - Categoria: Questões Trabalhistas - 10/06/2010 
Fonte :Redação 



Ontem no inicio da tarde o Órgão Especial do TJ-SP, após defesa do desembargador Antonio Carlos Malheiros para suspensão da Resolução 520/2010 e do Comunicado 56/2010, decidiu por 19 votos a 5 manter os descontos dos dias parados. A maioria dos que votaram contra os servidores afirmaram que o Tribunal poderia reabrir as negociações apenas se a greve terminasse.


Frente a essa atitude do Órgão Especial cerca de 110 servidores ocuparam o saguão do Fórum João Mendes. O prédio foi fechado pela policia militar e estes servidores decidiram por manter-se no local até que houvesse negociação por parte do TJ-SP. Diversos grevistas em solidariedade passaram a noite na Praça João Mendes.


Por volta de 80 servidores continuam nas dependências do fórum. O Tribunal proibiu a entrada de água e alimentos, bem como da imprensa que tenta cobrir o ocorrido. Até o momento, temos a informação de que duas associadas da AASPTJ-SP estão entre os funcionários que resistem no saguão do prédio.


A Comissão de Negociação das Entidades chamou duas Comissões de Direitos Humanos na tentativa de denunciar a arbitrariedade por parte do Tribunal e negociar a entrada de suprimentos. Alguns deputados estaduais também compareceram no local e tentaram conversar com o comando da policia militar e da segurança terceirizada do TJ. Há a noticia de que o presidente do TJ, desembargador Antonio Carlos Viana Santos, irá encontrar-se ainda hoje com o governador, Alberto Goldman.


Diante deste quadro, diversos fóruns em todo o Estado estão fechando as portas.


Solicitamos a todos que ainda não aderiram ao movimento que não continuem alheios ao que está ocorrendo. Acompanhe o movimento da sua região, paralisando as atividades e permanecendo em frente ao fórum, assim como já está ocorrendo em diversas comarcas e prédios.

6 comentários:

joao assis disse...

SRS

Ao invés dos ataques aos servidores publicos do judiciario, deveriam entenderem um pouco mais o que se passa na realidade nua e crua destes trabalhadores.Enquanto em outros estados de menor importancia perante a federaçao, SIM, nenhum estado é tao importante e representativo como Sao Paulo!!!!, os funcionarios destes percebem remuneraçoes mais coerentes com nossa realidade, enquanto aqui, em SP, no estado todo, nao se tem aumento real de salário há mais de 10 ANOS. ABSURDO que NINGUEM REVELA OU COMENTA. Exemplos??? Um oficial de justiça ou mesmo um escrevente, recebem os mesmo R$ 3.500 há mais de 10 anos enqaunto outros estados pagam entre R$ 8.000 e R$ 11.000 reais. E o dinheiro que os "senhores advogados"depositam para as diligencias necessárias é embolsado pelos magistrados pelo desvio deste em contas que nunca foram reveladas e tampouco restituidas a quem realmente trabalha. Destes assuntos é que os advogados deveriam se inteirarem para depois comentarem. Quando os carros andarem com ar ou água e se franquear meios de transportes aos oficias no cumprimento dos mandados e citaçoes, ai sim se poderia negar o repasse das diligencias, como estao fazendo hoje.Ser servidor publico é um trabalho como qualquer outro e mediante remuneraçao digna e de acordo com a realidade atual.

Camilo Irineu Quartarollo disse...

O movimento de greve não foi, de ínicio, simplesmente paralisação. Foi paulatino, mostrando seus sintomas. Pena que nem todos prestaram atenção, nós já começávamos a mandar notinhas para os jornais e estávamos mesmo esperando que houvesse negociação e um acordo de razoabilidade. A mídia foi noticiando, porque também não viu nada que obstasse à isenção ou nada contra a seriedade aos meios de comunicação e hoje se vê que os próprios jornalistas questionam as fontes que dizem que a greve é mínima, minimizando-a ou achando chifres na cabeça de cavalo. Foi uma longa negociação, no sentido de haver reciprocídade e seriedade das partes; mas, depois de manifestações para sensibilizar e sinalizar o descontentamento dos funcionários, de paralisação de um dia por protesto (da grande maioria), isso era um sinal claro de descontentamento geral, os funcionários foram empurrados no dia 28/04/2010 para a greve por tempo indeterminado. Agora chegou onde se chegou, quarenta e cinco dias de greve e já é visível pelo apoio reconhecido de inúmeras entidades e instituições de que vale a pena lutar pela Democracia e pela Constituição cidadã, pelo direito que garante a reposição ora pleiteada. Agora temos de vencer este impasse, o tribunal tem de instalar a credibilidade na negociação e para isso a Lei maior, a Constituição que rege a vida do Estado e Tribunais. Somos todos iguais perante a Lei.

SANDRO disse...

Greves nunca são iguais ! Umas são mais extravagantes, outras mais contidas, enfim elas se encaixam ao contexto em que estão inseridas. Essa (do judiciário paulista) segue o mesmo raciocínio, entretanto, acreditar que o problema do judiciário paulista é simplesmente a DEFASAGEM SALARIAL dos funcionários é no mínimo ingênuo. Sou funcionário do TJ há pouco tempo, mas o suficiente para notar que o mesmo está sendo sucateado, quer do ponto de vista pessoal ou material. Este sucateamento, sob minha ótica, se deve muito a política adotada pelo partido dominante do governo paulista nos últimos anos. Tal sucateamento vem de encontro ao ideal deste partido que prega o ESTADO MÍNIMO como ideologia política ( a qual discordo ferrenhamente) necessária para que a economia seja forte.
Sucatear o judiciário é parte de um esquema maior que objetiva tornar os cartórios judiciais no mesmo modelo dos cartórios extrajudiciais, onde a única figura estatal será o JUIZ DE DIREITO.
Enfim, sou contra, não como funcionário, mas como cidadão, por ínúmeros motivos, que pela quantidade impedem sua descrição nesse espaço.
Sandro
Escrevente Téc. Judiciário

Anônimo disse...

processo de CPI Jà no judiciário Paulista, é isso que os todos ose magistrados paulistam merecem imediatamente, eles necessitam de ser expostos e que toda as mazelas e ingerencias expostas em praça publica para que todos enfim possam saber como o Poder Judiciário é o mais frágil de todos...Tentar ao longo dos anos esconder a verdade é no minímo infantil e desproporcional, uma vez que a figura do Judiciário esta fragilizada por unica responsabilidade dos juizes,os verdadeiros responsaveis pela morosidade, pelas injustiças, pelos desmandos, pelas arbitrariedades, pelas contradições organicas do sistema, enfim, enquanto eles ganham o que querem, seus pares (funcionários rasos) são pisoteados como formigas, que bem ou mal são os que realmente conduzem o trabalho da justiça paulista...
A imprensa tem que apoiar e defender com todo vigor e expor as mazelas desse sistema canceroso e podre...Os paulistas não podem mais ficarem refens de autoridades que não conseguem sequer dar a sociedade exemplo de seriedade e justiça...2010 - ANO DA INSTALAÇÃO DA CPI DO JUDICIÁRIO PAULISTA JÀ!!!!

Anônimo disse...

Com referência à Greve do Judiciário Paulista vejo que a imprensa neste país é controlada por uma verdadeira máfia que se aproveita das verbas públicas em benefício próprio e esquecem que os servidores que ora reivindicam seus direitos é que levam o judiciário nas costas.
E a imprensa deste país? Calada pelo TJ-SP. Nem uma palavra, nem uma nota, nem uma foto. Diferente da greve do 2004 quando as viaturas de reportagem estavam todas na Praça João Mendes a espera de sangue, desta vem sequer foram ver os ataques da PM contra servidores pacíficos; ou a ocupação do Forum João Mendes quando foi proibido levar pão com manteiga para os "invasores".
Assim como a imprensa comprada a OAB também se omite quanto ao direito líquido e certo dos servidores e apenas resmungam que milhões de processos estão parados mas o Presidente mentiroso do TJ diz que existe apenas alguns poucos manifestantes em greve.
Imprensa, OAB, Ministério Público, muitos deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo estão calados pela ditatura do poder judiciário paulista que de poder só tem o nome e a prerrogativa de ferrar seus próprios funcionários mas quando precisa de dinheiro vai com o chapéu na mão pedir para o legislativo encomendar verbas para o executivo. Que belo poder!!!
Quem reclama da greve do judiciário paulista que não reclame depois pelos parcos serviços prestados. Vocês são todos culpados pela canalhice que impera neste órgão público.
Reclamem da greve hoje e reclamem dos serviços amanhã.

Anônimo disse...

E agora, cidadão?!? São 120 dias de greve, no Judiciário Paulista! Direitos são desrespeitados cotidianemente. E quando isso ocorre, busca-se a Justiça. Servidores públicos são cidadãos como qualquer outro brasileiro. Pagam impostos, compram alimento, remédios, transitam, tem filhos que estudam, vestem-se, pagam aluguel, prestações, enfim, não são diferentes de nenhum outro trabalhador, neste país de injustiças. Mas, há classes sociais, como magistrados e advogados, que dependem do trabalho desenvolvido por esses servidores, que os consideram, no entanto, servidores "subservientes", sem direitos, sem respeito, sem dignidade. Para os servidores, não existe defasagem salarial! Reajustes de subsídios para magistrados sim!
Mas quem se importa?!? Afinal, não há injustiças no país não!!! Ninguém precisa do judiciário!Por isso, a greve continua. Imprensa, OAB, Judiciário de São Paulo, Ministério Público, Superior Tribunal de Justiça, Conselho Nacional de Justiça, Supremo Tribunal Federal, Governos Estadual e Federal, onde estão??? Acordem, a crise do judiciário do país está próxima do caos e nada acontece??? Que país é este? Que justiça é esta????

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