.por que ainda se bate em crianças?


.bater ou não bater, eis um assunto extremamente polemico quando visto por mães, pais e educadores.

.em nossa atualidade, bater em uma criança, é visto em 99% dos casos, como uma vergonha.

.no entanto, vários pais, mães, e graças a Deus educadores não mais, utilizam-se dos “pequenos tapas”, “puxões de orelha”, para tentar educar seus pequenos.

Não serei eu hipócrita para dizer que por vezes não me utilizei destes subterfúgios.

Mas posso afirmar com convicção, que hoje e a cada dia mais, afasto tal conduta, pois um tapinha ou um tapão, possuem o mesmo efeito psicológico na criança.

E não sou eu, mãe e advogada que digo isso. Estudos sérios revelam este resultado.

No entanto, nossa cultura encontra-se arraizada no sentido de que palmadas para educar, não fazem mal.

Perdoem-me minha opinião, extremamente pessoal, fazem mal sim...

Me pego por vezes ralhando com minha avó, que no alto de seus 85 anos, vive me chamando a atenção, dizendo que meus filhos precisam apanhar, pois na época dela, palmadas eram comuns.

Eu mesma apanhei muitas e muitas vezes e estou aqui, sem grandes seqüelas, quer físicas quer emocionais.

No entanto, ainda que tenha eu sido o reflexo de uma violência, e afirmo com toda propriedade, de forma involuntária, pois em momento algum, minha mãe, ou minha avó acreditavam que as palmadas fossem violência, eu opto por não dar a meus filhos esta realidade.

.quando perco a paciência, e olha que perco varias vezes, respiro fundo, conto até mil, e pergunto o que está acontecendo...

.por vezes, não consigo sequer perguntar, tamanha minha raiva, então, coloco meus filhos em um canto para pensar, pois sei que assim, estarei fazendo menos mal a eles, pois até que eu me acalme, eles também se acalmarão e assim, quiçá conseguimos encontrar uma saída juntos.

Vemos em casos concretos, que os pais que atualmente ainda batem, ou apenas dão palmadas educativas em seus filhos, possuem um alto grau de culpa.

E por vezes a culpa nem é deles, e sim, desta nossa herança de conceitos de que para educar, precisamos causar dor.

.que o castigo "moderado", as inocentes palmadas, é aceitável e, até mesmo desejável, para que a criança saiba quem manda.

E, que repetindo o castigo a cada comportamento errado, com o tempo ela aprenderá.

Usando desta forma, a técnica do adestramento, feito em animais, diga-se de passagem, técnica esta já abandonada também em relação a animais.

Independente dos conceitos, da criação de cada um de nós, a todos choca os maus-tratos visíveis.

.as crianças que apanham exageradamente.
.os casos relatados na mídia.
.as crianças que tem o corpo marcado por terem gasto dinheiro.
.os que apanham por terem feito barulho.
.os bebes que são jogados contra paredes, por chorarem.

No entanto, somos absolutamente tolerantes, quando se trata de uma palmada, um puxão de orelhas, quando vemos um adulto empurrar uma criança.

.por vezes achamos que esta é uma forma de educar.

.mas a grande pergunta que se faz, é que tipo de educação queremos para nossas crianças?

Nas palavras sábias de Sueli Gehlen Frosi, (mãe e membro da Escola de Pais do Brasil)

“ [...]não existe educação neutra.
Tudo que fizermos com nossos filhos, nossas atitudes, nosso exemplo, o que somos, vai repercutir na educação.
Ao batermos no nosso filho, o educamos a resolver seus problemas da mesma forma, ele aprende que o castigo físico é uma maneira rápida de conseguir a obediência, de conseguir com que o outro se curve ante seus desejos, protagonizando um filme que estamos cansados de ver em nossas escolas, na pracinha, nas festinhas, onde bater uns nos outros é considerado normal.[...]

O papel dos pais, como educadores, como guias destes pequenos seres, nos da margem a transformar conceitos, opiniões e com isso criar seres humanos melhores.

Delicadeza, carinho, afago, amor, aconchego, abraço, colo, são praticas que ademais de produzirem efeitos na educação, reflete nos seres humanos que educarão outras gerações.

1 comentários:

Sueli Gehlen Frosi disse...

Obrigada por citar-me em seu belo post. Quanto mais pessoas pensarem assim, neste nosso mundo tão conturbado, estaremos fazendo um trabalho de pacificação consistente e amoroso. Parabéns, Sandra! Seu blog é lindo...

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